(*Sobre o livro: clique aqui. Ed. Compnhia das Letras, tradução: Rubens Figueiredo.)
Minha cara não aparece aqui, mas asseguro que ela não é a de uma pessoa disposta a criticar o diário alheio, muito menos o de uma escritora como Susan Sontag. Para registrar essa leitura, escolhi interagir humildemente com o diário dela (o qual é marcado por interessantes listas, citações, pensamentos aleatórios): 1. criando minhas próprias listas a partir das ideias que Sontag lança; 2. dando pitacos inúteis sobre o que ela discorre ou 3. simplesmente anotando as citações que me tocaram, para não esquecer. Haverá (acho, talvez, quem sabe) outras mini postagens.
(* em negrito = entradas da Sontag.)
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26/08/1949"Observo com prazer o meu ingresso na fase anarquista-estética da minha juventude. (...) Estou de saco cheio de gente, de burrice, de mediocridade, de cruzadas e política..."
12/05/2018
16 anos. Meros dezesseis aninhos, e a Sontag já estava puta com tudo. Começou a passar raiva bem cedo. Sinto muito por ela.
Em vez da fase anarquista - que nunca tive, aliás -, aos 16 anos, eu já tinha iniciado minha fase eremítica. Hey, cada um reage às agressões do mundo como pode, certo? Sem julgamentos, por favor.
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24/10/1956
“Filosofia é topologia do pensamento..."
"Permita-me radiografar seu argumento..."
"Permita-me desemaranhar seu sistema..."
"Dê-me licença para escavar seus motivos..."
12/05/2018
Eita, será que consigo dar continuidade à brincadeira? Deixe-me ver aqui...
"Não, lindíssima, falou nada; bora rever issaê?..."
"E se eu peneirasse essa sua caixinha de areia, hein, gato? A pazinha já tá na mão..."
"Ei, Metidão a Gambinão, deixe-me interpretar os símbolos dessa sua tentativa de This is America..."
(É o que teve pra hoje.)
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31/10/1956
“O solipisismo é a única filosofia verdadeira, se por filosofia se entende algo diferente do senso comum. Mas, é claro, ela não se entende assim e não é isso. Portanto não estamos em busca de uma filosofia verdadeira."
12/05/2018
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16/11/1956
“(...) pathos da vocação do artista."
12/05/2018
Mas é claro! No último Diário Cinematográfico, ao tentar descrever a descoberta de uma temática que aparentemente não curto muito em filmes, eu apelei para as expressões "Jornada do Artista / Calvário do Artista / Alegrias e Tristezas da vida do Artista." , porém essa aí é muito mais precisa e, como diria a própria jovem Sontag, intelectual! Já incorporei ao meu arsenal particular. Valeu.
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14/01/1957
"Notas sobre uma infância
[Primeira versão]
Pernil + espinafre. Anthony Rowley.
No trem para a Flórida: "Mãe, como se soletra pneumonia?"
Sentada na cama do vovô no domingo de manhã.
(...)
Equipamentos de química"
12/05/2018
Notas sobre uma infância
Sopa no jantar às segundas, quartas e sextas. (oh, yeah.)
Em pleno almoço (!): "Pai, pra que serve a língua, hein?"
(*Hoje entendo porque papai perdeu a paciência comigo. Que criança idiota eu era. (..) "Era"? Aham.)
Visitar o avô materno e ele sempre perguntar: "E como vão os estudos?"
Nas aulas de informática: floppy disks e comandos MS-DOS.
(Que me deixavam BI-RU-TA-ÇA e chorando: "nunca decorarei essas merdas, vou reprovaaaaaaaar, eu quero môrréééééééér!!")
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- Crianças do século XXI que nunca viram/pegaram/usaram um deste aí (👇), eu as invejo pra ca**lho!![]() |
Hold that smile, kid; hold that smile. |
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